Galo que dormiu sobre o poleiro da noite e deu seu canto à madrugada. E que ciscou, à sombra dos salgueiros a gleba de uma véspera iluminada. Galo com semblante de guerreiro que brandiu, com o esporão, a sua espada. E que saudou a aurora, no celeiro do outono que passou, em debandada. Galo que pousou sobre a cancela e como pastor à frente do rebanho apascentou o sol e a brisa dos verões. É o galo que servido na tigela traz um gosto de silencio tão estranho entre rodelas de tomate e pimentões. - (C. S. Sampaio)