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Soneto da Contemplação


Este olhar tão meigo, este sorriso lindo
a magia dos cabelos e o mistério
desse fulgor de pérola e de minério
que brota de teu colo e vem subindo
pelas curvas de teus seios sérios
feito a alva de novembro ressurgindo
são luzes, jardins e arcadas do império
que devagar, o amor vai construindo.
Neste reino de aladas florações e cores
Sob arcos de uns portais, com  flores
Serei bardo enamorado e cantarei.
E quebrantado pela lua desses olhos teus
com versos delirantes e canções de Orfeu
ao toque de teus lábios, morrerei.
- (C. S. Sampaio)

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