Viemos de longe, minha criança
das províncias dos montes altivos
e dos vales gloriosos;
orvalhados pela luz de Aldebarã,
viemos dos rumos de onde chegavam
viemos dos rumos de onde chegavam
(num tempo esquecido)
as antigas comitivas.
Ali estabelecemos o trono
à sombra do lobo e da serpente.
à sombra do lobo e da serpente.
Ali se estabeleceram as tribos
quando nobres cantavam poemas para suas mulheres
e pastores descansavam seus rebanhos
junto às fontes do deserto.
Valentes relatavam proezas
enquanto ao longe, resguardados
sob torres de âmbar, com seus capuzes
abades recitavam preces
pelos que rumavam para as guerras
e pelos peregrinos da jornada.
Viemos de longe, fustigados
pelos que rumavam para as guerras
e pelos peregrinos da jornada.
Viemos de longe, fustigados
pelos ventos do equinócio e guiados
pelo fulgor da estrela.
Os pergaminhos predisseram
e não a voz de um sábio
eleito pelos homens. Escrituras
de um tempo sagrado, suas memórias
contavam de um Rei
de seus palácios deslumbrantes
e da sagrada linhagem
que marcou a epopeia
e a trajetória de um povo
que travava suas batalhas
sob a égide de um Deus.
Guerreiros golpearam com lanças
os flancos dos gigantes
e trespassaram com suas flechas
a fúria dos nômades
soberanos das estepes.
A este povo e a este Rei
chegamos, minha criança.
Alijados de broquéis e espadas
munidos viemos
de sonhos e esperanças.
Trazemos dor e prece
de dinastias que se levantam
e que se curvam, submissas.
É de boa vontade
e com as ânsias abrandadas
que as oferendas trazemos.
É, de fato, este menino
o que acendeu na noite
a luz da estrela
e o canto dos arautos
com o seu vagido?
Riquezas e honras
são pouco ante a nobreza
deste que se levanta
formoso como um leão ao meio dia.
***
obs: este poema pode ser melhorado. deixe sua crítica.
- Claudio Soares Sampaio Taio -o9/04/2015
http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com
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